quinta-feira, 1 de maio de 2008

Hábito

Tenho como costume "tocar" música na mente enquanto caminho. É um velho hábito de quem não tem mp3-, mp4-, ou mp(númerodeavogadro)-player, quer matar o tempo enquanto se desloca dum lugar a outro e não teria o que fazer com o cérebro no percurso otherwise, mas traz o benefício de poder construir uma interpretação própria sobre a música. Só que isto acabou me levando a adquirir outro costume, o de "reger" a música quando me distraio um tantinho além da conta; não com os braços erguidos à frente do corpo, como qualquer maestro competente, mas movendo-os entre a vertical e um ângulo não muito grande em relação a esta; isto é, basicamente apontando-os para o chão, como o faria se apenas caminhasse, mas em compasso com a música e não com as pernas. (Os movimentos mais amplos e expressivos eu guardo para quando ouço música sozinho, em casa.)
Ao que parece, a maioria das pessoas não repara nisto, ou ao menos não reconhece do que se trata, mas, numa noite da semana passada, na volta da faculdade, quando aproveitei o tempo ocioso para "interpretar" mentalmente o primeiro movimento da quarta de Brahms, com a movimentação que descrevi, um sujeito passou por mim e perguntou, Ópera?
Minha primeira reação foi pensar, Não mesmo, porque Brahms não compôs óperas, e rir, mas não tardei a perceber que estava fazendo algo de estranho e potencialmente embaraçoso. Mas ei, sou eu.

2 comentários:

Pseudo Intelectual disse...

Tipo, tu dizes isso de que ninguém nota pq tu não vê, tipo, na rua contigo fazendo essas coisas de sequelado... véio, te falta é tempo pra ver o que é... Pelamor... UAHSUhuhsa
Reger na rua, isso precisa ter fim (campanha a la RBS)
Abraços...
P.S.:Arbeit macht frei...

Ed disse...

Ah, achei tri. E teve alguém que, com certeza, se identificou. Deve, no mínimo, fazer isso com as mãos nos bolsos. Aí é que a coisa poderia pegar mal. Outro passaria por ele e perguntaria: Tarado?